terça-feira, 18 de outubro de 2011

Insistir em um caminho árduo...

Os conflitos são naturais nas relações humanas. As pessoas diferem em valores, hábitos, personalidade, expectativas, sonhos, desejos, fantasias. Cada um de nós se organiza numa teia única de significantes, sujeitos únicos em um universo particular, mas, paradoxalmente, interligados ao Outro, em todos os nossos fios. Isso quer dizer que, os outros seres humanos (tomando como base inicial, os nossos pais) têm um papel determinante na construção de cada um de nossos significantes. Dessa forma, todos nós temos algo do particular e algo do universal.

Entramos muitas vezes em conflito com nós mesmos, o que dirá com o outro... Relacionar-se é conviver com as diferenças e, num mundo globalizado, em que as redes sociais abrem o leque das relações humanas, a tendência é intensificar os conflitos. Por isso, a necessidade emergente de construir formas de lidar com o conflito e resolvê-lo por caminhos não violentos. Estamos em busca dos meios de vivenciarmos nossas divergências embasados em uma cultura que preconize a Paz. Meios como a conciliação, a mediação que visam à construção do consenso.

Sabemos que para mudarmos nossas ações, a base tem que ser mexida. Como desfazer ideais que nos levam a desejar pertencer ao “grupo dos vencedores”? Como podemos julgar nossas crianças refletindo essa dicotomia que separa “o perdedor” do grupo dos “bem sucedidos” se este é o nosso espelho social?

Como querer uma visão positiva dos conflitos, se, no fundo, cada um de nós quer ganhar, quer ter “na testa” todos os atributos + que a sociedade possa nos dar? Quantos não se aniquilam (pelo diversos caminhos de autodestruição possíveis), por se sentirem fracassar frente “a falta dos atributos + que nossa sociedade determinou”?

Construção de uma nova cultura implica mudanças de paradigmas e sabemos o quão árduo é esse caminho...



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