sábado, 13 de agosto de 2011

Bullying na Escola: o que os educadores podem fazer?


A escola deve ter uma atitude preventiva contra o bullying. Um programa de combate ao bullying no ambiente escolar deve ser trabalhado com todos envolvidos na instituição, começando pela conscientização e preparação de professores, funcionários, pais e alunos. Os melhores resultados advêm dessas ações preventivas, quando os próprios alunos participam ativamente de seu desenvolvimento.



Em sala de aula deve ser desenvolvido um ambiente favorável ao diálogo e à resolução dos conflitos que surgem no cotidiano escolar. Os alunos devem ser estimulados a informar os casos de bullying. Os educadores devem escutar atentamente às reclamações e sugestões, interferindo o quanto antes no grupo de forma a quebrar a dinâmica do bullying. É preciso deixar claro para os alunos que o bullying é um problema inaceitável e que a escola não admitirá a sua prática. É importante que os educadores criem com os estudantes regras de disciplina e convivência na escola em coerência com o regimento interno da instituição.



As ações dos alunos no combate ao bullying e as lideranças positivas, que reforçam laços de amizade, cooperação e solidariedade devem ser reconhecidas e valorizadas pela equipe da escola. Para criar uma atmosfera de Paz Social é importante que toda a escola regue as sementes das boas ações.



Quando constar casos extremos de bullying, um espaço para o diálogo deve ser criado.  Os educadores devem conversar com os pais de todos os alunos envolvidos no conflito (vítimas, agressores e testemunhas), conscientizando-os do que está acontecendo, bem como orientando-os a conversar com seus filhos sobre a questão da tolerância ao diferente e da necessidade de respeito a todos.


Orientações:



Os tópicos abaixo não têm a pretensão de ser um “manual de conduta”. São orientações no norte ético, fundamentadas na “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, bem como no “Estatuto da Criança e do Adolescente”, que compreende a criança como sujeito em processo de desenvolvimento, a qual devemos empreender todos os recursos, de forma a assegurar-lhe condições ideais para seu pleno desenvolvimento físico e mental.



Nesse norte, é importante ressaltar, que cada contexto abre campo para novas formas de agir. A criatividade do educador, pautada nos princípios acima mencionados, pode oferecer novos caminhos, novas escadas que permitam alcançar os alunos envolvidos no bullying e fazer aflorar os valores humanos que nossa sociedade tanto clama.



Segue, então, abaixo, uma forma de olhar rumo ao mundo de valores mais humanos...



Se uma criança lhe procurar para relatar uma situação de bullying:



- Procure um local tranquilo e peça-lhe que relate o que exatamente ocorreu.



- Acredite em tudo que a criança lhe falar e valorize sua atitude por ter conseguido contar o que está acontecendo.



- Diga à criança que a culpa pelo o que está lhe ocorrendo não é dela e que você irá apoiá-la na resolução do problema.



- Relate os incidentes à supervisão da escola.



- Os pais das crianças envolvidas no conflito devem ser informados e convidados a comparecer em uma reunião para discutir o problema.



- Nessa reunião, deve ser enfatizada a importância de todos se unirem para resolução do conflito de forma pacífica, bem como estimularem o diálogo como forma de resolução de problemas e o respeito às diferenças de valores pessoais e familiares.



- A escola deve criar um espaço para o diálogo, tranquilo e seguro para que as crianças envolvidas no conflito conversem entre si, mediadas por um adulto capacitado.



- Os envolvidos devem ser esclarecidos sobre o que está acontecendo e por que a escola não tolera determinado tipo de conduta.



- É necessário que fique bem claro para todos que o bullying não é aceito na escola e sua prática não será de forma nenhuma admitida.



- É importante ressaltar que a conversa a ser feita com todos os envolvidos não pode ter o tom de acusação. A escola tem que tomar cuidado para não estigmatizar o aluno que está cometendo o bullying, rotulando-o com termos como “o bullie”, “o agressor”, etc. O que é importante construir nesse espaço para o diálogo é a percepção por parte de todos em relação ao sofrimento que a criança que está sendo alvo do bullying está vivendo. É orientar o aluno que está cometendo o bullying à percepção de que todos na escola são reconhecidos e valorizados, independentemente de diferenças pessoais. Deixar claro que as diferenças entre as pessoas são uma característica sábia da humanidade e isso torna o mundo ainda mais interessante. Conscientizar que quem não sabe lidar com as diferenças precisa de ajuda e que a criança terá o apoio da escola para tentar compreender porque está lidando de uma forma tão negativa com as diferenças.



- Deve ser feita uma tentativa de apoiar a criança que comete o bullying na alteração de seu comportamento.



- É importante transmitir a todos os envolvidos, que, nós, humanos, independentemente de nossas idades, somos responsáveis por nossos atos, e que nossas escolhas geram consequências. A prática do bullying não será de forma nenhuma admitida, pois fere os direitos dos outros. A infração dos direitos implica em sanção, por isso os responsáveis legais, bem como as autoridades judiciais competentes para garantir os direitos das crianças, ou seja, o Conselho Tutelar e o Ministério Público, serão informados quanto à ocorrência de casos de bullying na escola.





- É importante deixar claro que os esforços de toda equipe da instituição são para que os direitos de todos os alunos sejam respeitados para que todos possam vivenciar o tempo da escola como um tempo feliz.


Espaços de mediação de conflitos nas escolas: ação em prol da Cultura da Paz...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.